sábado, 19 de março de 2011

Crise nuclear no Japão: OMS alerta sobre perigo de contaminação pela televisão


Telespectadores devem evitar exposição às imagens do complexo nuclear de Fukushima

A OMS (Organização mundial da Saúde) anunciou nessa quinta-feira que a exposição prolongada às transmissões do acidente nuclear em Fukushima pode causar sérias conseqüências à saúde.
O porta-voz da organização, Andrew Brunier, fez um apelo à imprensa internacional para que não divulge imagens por períodos prolongados e evite ao máximo transmissões ao vivo, que são potencialmente as mais perigosas. “Os telespectadores podem ser afetados mesmo estando do outro lado do planeta. Queremos que as pessoas tenham consciência disso e evitem a exposição prolongada a essas imagens”.

Procurado pelo Nós 2 Filmes, o físico nuclear da UFRJ, Adão Levy, explicou que a televisão já é uma fonte freqüente de radiação, mas a quantidade emitida por ano não é nociva à saúde humana. A transmissão de imagens de locais com vazamento nuclear, no entanto, aumenta em até trezentas vezes a freqüência radioativa do aparelho televisor. “O urânio que está vazando de Fukushima viaja com facilidade pelas câmeras dos canais internacionais de notícia, passando por satélites e chegando até a residência dos brasileiros, ou qualquer outro lugar do mundo, percorrendo os espectros eletromagnéticos como os raios x e gama”.

O Ministério da Saúde endossou o alerta emitido hoje pela OMS e pede aos brasileiros que adotem medidas simples para não sofrerem nenhum risco de contaminação. Uma nota emitida hoje no site do governo explica que o uso de papel celofane entre o televisor e o telespectador é uma das medidas mais eficazes. Manter uma distância mínima de 80 centímetros também é aconselhável. “Para quem fica muito próximo da televisão, como os porteiros de prédio, o ideal é que mudem de canal quando passar imagens do complexo nuclear japonês”, orienta Levy.

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